Vários artigos costumam colocar o planejamento e a execução como duas etapas conflitantes na implementação da estratégia, porém é interessante se perguntar como esses fatores parecem ser tão conflitantes se no fim das contas, compartilham de uma mesma estratégia e dos mesmos objetivos – o planejamento e a execução.
É comum escutar administradores comentado que o planejamento não foi eficiente como o esperado, o que leva ao costume de colocar o erro do planejamento mal sucedido na execução ou o erro da implementação no planejamento. O problema está no fato de que nem sempre o planejamento é desenhado pensando exequibilidade da estratégia, e não é executado usando como base as pretensões planejamento.
A lógica de uma estratégia bem sucedida é pensar no planejamento e na execução como duas etapas que representam uma coisa só, e que não podem ser desassociadas. Somente 10% das organizações que planejam suas estratégias conseguem coloca-las em prática, o problema nem está nessa porcentagem, mas no fato de que nenhuma organização desenha a sua estratégia para não ser executada, então, o que há de errado?
Infelizmente, o que acontece com frequência nas reuniões para definir as diretrizes do planejamento e da execução dentro da empresa são sessões de muitas conversas, na maioria das vezes, conversas intelectualizadas, mas marcadas por pouca ação.
Essa característica é um reflexo da falta de uma cultura organizacional voltada para a execução, porque executar não é somente prática, é uma disciplina e um sistema e isso requer muita atenção por parte do líder na elaboração de uma estratégia que a proposta seja adotada por todas as partes envolvidas.
Como já disse o consultor e escritor Ram Charan, “Criar estratégia brilhante é fácil; o difícil é colocá-la em prática”. Só é possível elaborar uma estratégia correta se a empresa tiver certeza que ela tem ou pode conseguir o que é necessário para executá-la e a execução depende antes de qualquer coisa, das pessoas certas que tomem as decisões corretas.
Executar a estratégia a partir das pretensões do planejamento, inevitavelmente, é um processo que exige muito trabalho, mas nesse processo o crucial é conduzi-lo a partir de três fatores: a estratégia, as pessoas e a operação em si, que por sua vez é a capacidade de conduzir o negócio no seu cotidiano, se alertando para os três processos-chave da execução:
- O processo de pessoal:unindo a estratégia e operações;
- O processo da estratégia: unindo pessoas e operações;
- O processo de operações: unindo estratégia e pessoas.
A partir desta perspectiva pode-se dizer com propriedade que o sucesso do planejamento e da execução depende de equipes bem integradas, porque as pessoas são o início do processo transformando estratégia em ação e o fim, quando as estratégias se unirão a elas.
Planejar e executar com excelência é estar atento à proposta do planejamento e à exequibilidade de cada estratégia. Sim, é um desafio, mas com as pessoas certas se atentando para as estratégias certas o ato de planejar atrelado à boa execução pode abrir inúmeras possibilidades competitivas para a corporação.